O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, anunciou que os valores descontados dos servidores do INSS em greve serão devolvidos. A medida será aplicada a partir do pagamento de outubro. A decisão foi tomada após reuniões com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), com participação do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, por videoconferência.

A medida veio após a revogação do ofício que registrava as ausências dos grevistas como "faltas injustificadas" a partir de 28 de agosto. A categoria pressionou a autarquia e ocupou a direção central do INSS, em Brasília, exigindo a mudança do documento. O movimento sindical considerou a reversão uma vitória, mas o debate sobre as condições de trabalho e as demandas dos servidores continua em pauta.

Greve afeta fila de aposentadorias e benefícios do INSS

Além disso, a greve está afetando milhões de brasileiros que dependem de benefícios como aposentadorias, pensões e auxílios, gerando filas e atrasos no processamento dos pedidos. De acordo com dados recentes, o número de pedidos de reconhecimento inicial de direitos saltou de 1.353.910 para 1.506.608 em todo o Brasil, representando um aumento de 11,27%.

Com a paralisação prolongada, a autarquia enfrenta o desafio de atender à crescente demanda, ao mesmo tempo em que negocia com os grevistas para minimizar os prejuízos à população.

A devolução dos valores descontados é um sinal de avanço nas negociações, mas o impasse ainda está longe de uma solução definitiva. Para os segurados, a normalização do atendimento do INSS é crucial para garantir o acesso aos benefícios essenciais.

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Por que os servidores entraram em greve?

Os servidores do INSS entraram em greve devido a uma série de insatisfações, principalmente relacionadas às condições de trabalho precárias e à falta de reajuste salarial que acompanhe a inflação. Eles reivindicam um aumento nos salários para refletir o custo de vida crescente e melhorias nas condições gerais de trabalho, que têm sido desgastantes.

Outro ponto central é a revisão das metas e prazos para a análise de benefícios, que os servidores consideram inviáveis no formato atual. As exigências são vistas como excessivas, dificultando a prestação de um atendimento de qualidade e contribuindo para o acúmulo de processos.