Com a criação do Crédito do Trabalhador, o governo federal renovou a opção de crédito para quem tem carteira assinada: o empréstimo consignado privado. Essa modalidade permite que trabalhadores vinculados pelo regime CLT tenham acesso a empréstimos com juros mais baixos, graças ao desconto em folha e à garantia vinculada ao FGTS — sem necessidade de convênio entre empresa e banco.

Na prática, é uma alternativa mais barata e acessível que o crédito pessoal tradicional ou o rotativo do cartão. Mas afinal, qual é a taxa do Novo Consignado Privado? Neste artigo, você confere como essa nova linha de crédito funciona, quais instituições oferecem as melhores condições e se realmente vale a pena contratar.

O que é o Novo Consignado Privado?

O Novo Consignado Privado, também conhecido como Crédito do Trabalhador, é uma modalidade de empréstimo consignado voltada a trabalhadores com carteira assinada (CLT) ativa. A grande inovação dessa linha de crédito está em permitir o desconto das parcelas diretamente na folha de pagamento sem a necessidade de convênio entre empresas e instituições financeiras — algo que, até então, limitava o acesso ao crédito consignado no setor privado.

Essa mudança amplia consideravelmente o alcance da modalidade, permitindo que milhões de trabalhadores do setor privado possam contratar um empréstimo com juros mais baixos e mais segurança, já que o valor das parcelas é descontado automaticamente do salário e o risco de inadimplência diminui.

O novo modelo também está fortemente apoiado em tecnologia: todo o processo pode ser feito de forma digital, diretamente pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, lançado pelo governo federal. A plataforma permite comparar taxas entre os bancos participantes e autorizar a contratação de forma rápida e prática.

Principais características do Novo Consignado Privado
 

  • Desconto direto em folha de pagamento, com limite de até 35% da renda mensal líquida, respeitando a margem consignável;
     
  • Dispensa de convênio entre empresas e bancos, o que democratiza o acesso à linha de crédito;
     
  • Garantias vinculadas ao FGTS, com uso de:
     
    • Até 10% do saldo total disponível na conta do FGTS ativo ou inativo;
       
    • Até 100% da multa rescisória (40%) em caso de demissão sem justa causa;
       
  • Processo 100% digital via o app Carteira de Trabalho Digital, que permite:
     
    • Consulta de ofertas personalizadas;
       
    • Comparação entre taxas e condições de diferentes instituições financeiras;
       
    • Autorização para uso do FGTS como garantia;
       
    • Assinatura eletrônica do contrato;
       
  • Taxas de juros mais baixas do que as do crédito pessoal comum ou do rotativo do cartão, devido às garantias e ao desconto direto em folha.
     

As taxas de juros do Novo Consignado Privado ainda estão em fase de consolidação no mercado, já que essa modalidade é recente e os bancos estão ajustando suas ofertas conforme a demanda e os critérios de risco. No entanto, já é possível ter uma noção geral dos valores praticados até agora.

Taxas divulgadas até o momento


Os bancos públicos foram os primeiros a implementar a nova linha de crédito com condições mais acessíveis:
 

  • Banco do Brasil: taxas entre 1,46% e 3% ao mês
     
  • Caixa Econômica Federal: taxas entre 1,60% e 3,17% ao mês
     

Já os bancos privados estão em processo de adaptação à nova modalidade. Por isso, nas simulações realizadas até agora, as taxas de juros têm sido significativamente mais altas, variando entre 3,37% e 4,99% ao mês.
 

💡 Atenção: A taxa de juros final oferecida ao trabalhador pode variar conforme:
 

  • Tempo de vínculo empregatício
     
  • Histórico de crédito
     
  • Valor disponível no FGTS
     
  • Política de risco do banco
     
  • Conveniência e relacionamento prévio com a instituição
     

Comparativo com outras modalidades de crédito


Para entender melhor as vantagens do Novo Consignado Privado, veja o comparativo abaixo com outras opções comuns no mercado:

tabela

Como mostra a tabela, o Novo Consignado Privado tende a ser mais vantajoso do que o crédito pessoal tradicional, o cheque especial e o rotativo do cartão — especialmente quando contratado por meio de bancos públicos e com uso do FGTS como garantia.

Essa modalidade surge como uma opção interessante para quem precisa de crédito com mais previsibilidade e taxas reduzidas. No entanto, é fundamental comparar ofertas antes de fechar negócio, já que os valores variam entre instituições e perfis.
 

Como funciona a contratação do Novo Consignado?


A contratação do Novo Consignado Privado é totalmente digital, rápida e feita diretamente pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital). O grande diferencial dessa modalidade é a padronização do processo, que permite ao trabalhador comparar ofertas de diferentes bancos de forma transparente, sem precisar negociar individualmente com cada instituição.
 

Etapas da contratação


Confira o passo a passo para solicitar o Crédito do Trabalhador:
 

  1. Acesso ao aplicativo Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital)
     O primeiro passo é baixar o app CTPS Digital, disponível para Android e iOS. O login é feito com os dados do Gov.br, o que garante segurança e integração com as informações trabalhistas.
     
  2. Solicitação de crédito e autorização de acesso
     No próprio aplicativo, o trabalhador manifesta o interesse pelo consignado privado e autoriza os bancos a acessarem seus dados salariais e laborais. Essa autorização é válida por até 90 dias, tempo em que as instituições podem enviar propostas.
     
  3. Análise das propostas pelas instituições financeiras
     Após a autorização, os bancos e fintechs cadastrados no sistema têm até 24 horas para enviar suas propostas de crédito, com todas as condições detalhadas: valor liberado, prazo, parcelas e taxas de juros.
     
  4. Comparação e escolha da melhor oferta
     Todas as propostas recebidas ficam disponíveis no app. O trabalhador pode comparar as opções e escolher a que melhor atende às suas necessidades, sem interferência da empresa empregadora.
     
  5. Assinatura eletrônica e liberação do crédito
     Depois de escolher a oferta, o trabalhador realiza a assinatura digital do contrato, também pelo aplicativo. O valor é então depositado diretamente na conta bancária informada.
     
  6. Desconto direto no contracheque, via sistema do eSocial
     As parcelas do empréstimo são descontadas diretamente da folha de pagamento, por meio do sistema do eSocial — o que reduz o risco de inadimplência e permite taxas de juros mais baixas.
     

Segurança e transparência: O processo é todo auditado pelo Governo Federal e feito em ambiente seguro, o que garante confiabilidade tanto para quem contrata quanto para as instituições financeiras.
 

Quem pode contratar o Novo Consignado Privado?


Um dos grandes avanços do Novo Consignado Privado é o seu escopo mais amplo e inclusivo. Diferentemente do consignado tradicional, que geralmente está disponível apenas para servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS, o Crédito do Trabalhador foi desenhado para alcançar uma parcela muito maior da população brasileira economicamente ativa.

Essa nova modalidade de empréstimo é voltada a pessoas que têm vínculo empregatício formal, mas também contempla outras categorias profissionais que antes ficavam à margem das linhas de crédito com juros mais baixos.

Quem pode contratar?


Veja quem está habilitado a solicitar o Novo Consignado Privado:
 

  • Trabalhadores com carteira assinada (CLT)
    Pessoas empregadas em regime celetista, ou seja, com contrato de trabalho formal, são o público principal da nova linha. O desconto das parcelas é feito diretamente na folha de pagamento, o que reduz o risco de inadimplência e permite juros mais baixos.
     
  • Microempreendedores Individuais (MEIs)
    Embora muitos MEIs atuem por conta própria, aqueles que possuem rendimento registrado e contribuição previdenciária regular podem ser elegíveis, especialmente quando há uso do FGTS como garantia.
     
  • Trabalhadores domésticos
    Profissionais como empregadas domésticas, babás e cuidadores — desde que tenham vínculo formal — agora também podem acessar o crédito consignado, o que representa uma conquista importante para essa categoria historicamente excluída do sistema financeiro tradicional.
     
  • Trabalhadores rurais
    Empregados do setor agrícola com carteira assinada também estão incluídos. A medida busca ampliar o acesso ao crédito no campo e movimentar a economia nas regiões rurais.
     

Um passo importante para a inclusão financeira


Com essa ampliação do público elegível, o Novo Consignado Privado se posiciona como uma ferramenta potente de inclusão financeira. Milhões de brasileiros que antes dependiam de linhas de crédito caras — como o rotativo do cartão ou o cheque especial — agora podem contar com uma alternativa mais acessível, segura e com juros reduzidos.

Mais acesso, menos burocracia: A contratação independe de convênio entre empresa e banco, o que elimina barreiras e democratiza o acesso ao crédito.
 

Por que as taxas variam entre os bancos?


Diferente do empréstimo consignado tradicional para aposentados e pensionistas do INSS, que possui teto de juros regulado pelo governo, o Novo Consignado Privado tem um funcionamento mais flexível. Isso significa que as instituições financeiras têm liberdade para definir as taxas de juros, o que explica a variação observada entre diferentes bancos.

Essa liberdade também permite que cada banco adapte suas ofertas ao perfil do cliente, o que pode ser vantajoso — mas também exige atenção redobrada por parte do trabalhador. Entender os fatores que influenciam na formação dessas taxas é essencial para tomar uma decisão mais consciente e vantajosa.
 

O que influencia as taxas de juros?


As taxas praticadas pelas instituições financeiras levam em conta diversos critérios:
 

  • Análise de risco do trabalhador
    Cada banco realiza uma avaliação do nível de risco de inadimplência de quem solicita o crédito. Isso envolve o tempo de vínculo empregatício, estabilidade profissional e o valor da renda mensal.
     
  • Histórico de crédito (score)
    O histórico financeiro do trabalhador também pesa bastante. Quanto melhor o score de crédito — ou seja, quanto mais positiva for a relação da pessoa com bancos, cartões e financiamentos anteriores —, maior a chance de obter uma taxa mais baixa.
     
  • Garantias apresentadas (como o uso do FGTS)
    Uma das inovações do Novo Consignado é a possibilidade de usar até 10% do saldo do FGTS + 100% da multa rescisória como garantia. Trabalhadores que utilizam essa opção tendem a obter condições mais favoráveis, pois o risco para o banco é reduzido.
     
  • Política de crédito de cada instituição
    Cada banco possui sua própria estratégia de crédito. Enquanto instituições públicas costumam priorizar o acesso e a inclusão financeira, bancos privados frequentemente adotam critérios mais rigorosos e operam com margens de lucro maiores, o que impacta diretamente no valor final das parcelas.
     

Comparar é essencial


Na prática, isso significa que duas pessoas com perfis parecidos podem receber ofertas bem diferentes, dependendo do banco consultado. Por isso, uma das grandes vantagens do sistema criado para o Novo Consignado é a possibilidade de comparar propostas de diversos bancos diretamente no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital.

Dica importante: Não aceite a primeira oferta. Simule, compare e escolha a condição mais vantajosa para o seu bolso.

Essa dinâmica torna o mercado mais competitivo e, com o tempo, tende a forçar uma redução natural das taxas, principalmente à medida que mais instituições privadas entrarem na modalidade.
 

Vantagens do Novo Consignado Privado


Essa modalidade surge como uma das principais apostas do governo para reduzir o endividamento da população e estimular o consumo consciente. Veja os principais benefícios:
 

  • Juros significativamente menores que os do crédito pessoal
     
  • Inclusão de novas categorias no mercado de crédito
     
  • Processo 100% digital, sem burocracia
     
  • Possibilidade de usar FGTS como garantia
     
  • Acesso mesmo sem convênio empresa-banco
     

Há riscos no Novo Consignado?


Apesar das vantagens, é preciso ficar atento. Entre os principais alertas de especialistas, estão:
 

  • Risco de superendividamento, caso o trabalhador comprometa grande parte da renda
     
  • Desemprego repentino, o que afeta a continuidade dos pagamentos
     
  • Falta de educação financeira, que pode levar à contratação por impulso
     

Por isso, antes de contratar, é essencial:

  • Fazer simulações
     
  • Comparar taxas entre bancos
     
  • Verificar a real necessidade do crédito
     

O que dizem os dados do mercado?


Segundo a Febraban, a nova linha de crédito pode triplicar o volume atual de empréstimos consignados para CLT, que hoje gira em torno de R$ 40 bilhões. Com a expansão, essa carteira pode atingir entre R$ 120 bilhões e R$ 130 bilhões.
 

Além disso, nos primeiros dias de operação, já foram:
 

  • 501.301 contratos assinados
     
  • Mais de R$ 3,1 bilhões em crédito liberado
     

Esses números mostram o potencial de impacto da medida na economia, mas reforçam a importância da contratação consciente.
 

Passo a passo: como contratar pelo app CTPS Digital
 

  1. Baixe ou acesse o aplicativo Carteira de Trabalho Digital
     
  2. Vá até a aba de "Crédito Consignado"
     
  3. Autorize o acesso aos seus dados pelas instituições financeiras
     
  4. Aguarde até 24h para receber propostas de diferentes bancos
     
  5. Compare taxas, prazos e valores
     
  6. Selecione a melhor oferta e finalize a contratação
     
  7. Acompanhe os descontos mensalmente no próprio app
     

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