A previdência complementar dos funcionários públicos é um tema de grande relevância, especialmente quando envolve a gestão e fiscalização dos fundos de pensão.
Recentemente, a Advocacia-Geral da União (AGU) assegurou, no Tribunal de Contas da União (TCU), as prerrogativas do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) e da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) de regular e fiscalizar as entidades fechadas de previdência complementar no Brasil.
TCU suspende contribuições extraordinárias
A decisão do TCU revogou uma liminar que havia impedido a discussão sobre a suspensão temporária das contribuições extraordinárias aos fundos de pensão, um tema central para os participantes dos planos de previdência complementar.
Essas contribuições extras, acionadas em casos de déficit atuarial, têm gerado insatisfação entre os aposentados, que alegam que até 35% de suas rendas são comprometidas para cobrir esses valores.
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Legitimidade e Competência do CNPC e Previc
Durante o julgamento, a AGU demonstrou que o CNPC e a Previc possuem a legitimidade técnica e jurídica para deliberar sobre medidas no setor de previdência complementar.
A defesa destacou que a atuação desses órgãos é crucial para garantir o equilíbrio financeiro dos fundos de pensão, que atualmente administram reservas que somam R$ 1,26 trilhão e cobrem 8,3 milhões de participantes.
A decisão do TCU também enfatizou a importância de uma Análise de Impacto Regulatório (AIR) antes de implementar qualquer alteração nas contribuições.
Isso garante que as decisões sejam tomadas com base em uma avaliação cuidadosa dos impactos econômicos e financeiros para todos os envolvidos.
Perspectivas para o futuro
A Previc está atualmente analisando a possibilidade de alongar o prazo para a consideração dos déficits atuariais, permitindo que a recuperação dos investimentos ocorra de forma mais gradual.
Enquanto isso, a suspensão ou redução temporária das contribuições extraordinárias continua em discussão, especialmente para fundos que demonstram boa solvência e liquidez.
Essa decisão do TCU reforça a importância da previdência complementar dos funcionários públicos e a necessidade de equilibrar a sustentabilidade financeira dos fundos com a proteção dos interesses dos participantes, especialmente dos aposentados que dependem desses recursos para garantir sua qualidade de vida.