O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se reunir nesta quarta-feira (29) com representantes dos cinco maiores bancos do Brasil para debater possíveis mudanças no empréstimo consignado. A principal pauta é a proposta de permitir o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para o consignado no setor privado. Isso porque o projeto já está pronto, como anunciado pelo ministro Luiz Marinho na última semana, e deve ser enviado ao Congresso Nacional no primeiro trimestre de 2025.

Principais participantes da reunião

O encontro deve contar com a presença de autoridades governamentais e executivos de grandes instituições financeiras. Entre os participantes estão:

  • Presidente Lula;
  • Ministro da Casa Civil, Rui Costa;
  • Ministro da Fazenda, Fernando Haddad;
  • Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho;
  • Secretário-Executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Chico Macena;
  • Presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros;
  • Presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira;
  • CEO do Bradesco, Marcelo Noronha;
  • CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho;
  • CEO do Santander Brasil, Mario Leão;
  • Representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Com essa composição, o objetivo do governo é garantir um diálogo com os principais agentes do mercado financeiro e alinhar estratégias para viabilizar o novo modelo de consignado para trabalhadores do setor privado.

Como funciona o empréstimo consignado do FGTS hoje?

Atualmente, o crédito com garantia de FGTS opera exclusivamente por meio da antecipação do saque-aniversário. Isso significa que o trabalhador pode contratar um empréstimo utilizando o saldo de sua conta do FGTS como garantia.

O processo ocorre da seguinte forma:

  1. O trabalhador precisa aderir à modalidade saque-aniversário no aplicativo do FGTS.
  2. Após a adesão, é necessário autorizar a consulta ao saldo por parte da instituição financeira.
  3. O banco faz a análise de crédito e aprova ou não a antecipação do saldo disponível.
  4. O trabalhador acessa o aplicativo da instituição para finalizar a contratação do empréstimo.

O pagamento do empréstimo ocorre de forma automática, com os valores sendo debitados diretamente do saldo do FGTS no momento do saque-aniversário.


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O que mudaria com a nova proposta do governo?

Com a nova proposta, o governo pretende ampliar o acesso ao empréstimo consignado para trabalhadores da iniciativa privada, utilizando o FGTS como garantia para empréstimos de longo prazo. A expectativa é que essa medida traga uma série de benefícios, como:

1. Acesso ao crédito para mais trabalhadores

Atualmente, o consignado é uma opção mais popular entre servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS. Isso porque, hoje, os trabalhadores da rede privada só podem contratar consignado caso a empressa possua convênio com alguma instituição financeira. Com a nova regra, trabalhadores CLT também poderiam utilizar essa linha de crédito de forma mais acessível, o que ampliaria as oportunidades de crédito. 

2. Redução da inadimplência e juros menores

Com o FGTS como garantia, os bancos terão mais segurança na concessão do crédito, o que pode resultar em juros mais baixos para os trabalhadores, similar ao que acontece com o consignado tradicional. Além disso, a medida ajudaria a reduzir a inadimplência, uma vez que os valores poderiam ser descontados diretamente da conta vinculada ao FGTS.

3. Desconto direto na folha de pagamento

Uma das inovações da proposta é a possibilidade de descontar as parcelas diretamente da folha de pagamento, como já acontece com o consignado tradicional. Isso garantiria maior previsibilidade para os bancos e facilitaria a concessão do crédito.

Para viabilizar a proposta, o governo estuda a criação de um sistema integrado com o eSocial, permitindo que as empresas possam repassar automaticamente as informações necessárias aos bancos. Isso eliminaria burocracias e tornaria o processo mais ágil e seguro.