O banco Pan anunciou uma medida que pode impactar muitos aposentados e pensionistas: a suspensão temporária das novas operações de empréstimo consignado do INSS. A decisão, válida a partir do dia 25 de novembro de 2024, foi comunicada em nota oficial aos correspondentes bancários. O motivo? A elevação dos custos de captação de recursos, que tornou a operação inviável dentro do teto de juros estabelecido atualmente.

Neste artigo, vamos detalhar o que motivou essa suspensão, como ficam os beneficiários e o que esperar do mercado de crédito consignado nos próximos meses.

Por que o banco Pan vai parar de ofertar o consignado do INSS?

O banco Pan citou a Resolução 4935/2021 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que exige viabilidade econômica para as operações financeiras, como a principal razão para suspender o consignado do INSS. Com a alta da taxa básica de juros (Selic), os custos de captação para oferecer crédito aumentaram significativamente.

No entanto, o teto de juros permitido para o consignado INSS permanece fixado em 1,66% ao mês desde junho, o que limita o lucro das instituições financeiras.

Essa combinação de fatores resultou em um spread bancário apertado, que representa a diferença entre o custo de captação e o que é cobrado do cliente. Segundo dados do setor, o spread atual caiu de 0,73% para 0,62%, tornando a operação pouco atraente para os bancos.

Bancos pressionam por aumento de juros para empréstimos

Além do banco Pan, outras instituições financeiras como BMG, Mercantil e Banrisul também suspenderam suas operações de consignado do INSS em canais de correspondentes bancários. Essas instituições têm pressionado o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) para rever o teto de juros, mas até agora o Ministério da Previdência não demonstrou intenção de flexibilizar a taxa.

Em meio a esse cenário, há quem defenda que a responsabilidade por definir o teto de juros seja transferida ao Conselho Monetário Nacional (CMN), que inclui o Ministério da Fazenda, o Ministério do Planejamento e o Banco Central. A questão está ganhando força nos bastidores, com bancos cogitando levar o tema à Justiça para tentar reverter a situação.


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Como ficam os empréstimos do INSS agora?

Embora o banco Pan tenha suspendido temporariamente os novos contratos de consignado INSS, os contratos já digitados continuarão sendo processados normalmente. Além disso, o banco mantém operações em outras modalidades, como:

  • Cartão consignado e de benefícios INSS
  • Empréstimos FGTS
  • Convênios públicos

Para quem busca crédito consignado, é importante ressaltar que ainda existem bancos oferecendo essa modalidade. Para simular um empréstimo consignado em mais de 15 bancos e comparar as suas taxas de juros, baixe o app Konsi e faça uma simulação. No entanto, a suspensão por parte de grandes instituições pode levar a uma redução na oferta geral e a um possível aumento nas exigências para aprovação de crédito.

Qual o melhor momento para pegar empréstimo?

O crédito consignado é conhecido por ter taxas de juros mais baixas, mas o cenário atual exige cautela. Com a pressão por um aumento no teto de juros, o momento ideal para contratar um empréstimo dependerá das decisões futuras do governo e do mercado financeiro.

Caso o teto permaneça inalterado, a oferta de crédito consignado pode continuar restrita, dificultando a contratação. Por outro lado, um eventual aumento nos juros pode encarecer as parcelas, impactando diretamente o orçamento dos aposentados e pensionistas.

Assim, antes de contratar um empréstimo, é fundamental:

  1. Comparar as taxas de diferentes instituições
  2. Avaliar a necessidade real do crédito
  3. Planejar as finanças considerando o impacto das parcelas no orçamento mensal

Relembre a pressão dos bancos para aumento dos juros em 2023

O atual impasse entre bancos e o governo não é novo. Em março de 2023, ao menos 10 instituições financeiras, incluindo Bradesco, Caixa Econômica, Itaú e Banco do Brasil, também suspenderam temporariamente o crédito consignado do INSS.

Na época, o CNPS havia fixado um teto de 1,97% ao mês, considerado insuficiente para cobrir os custos crescentes das operações. Após negociações, o teto foi ajustado para os atuais 1,66%, mas ainda assim, o spread continuou apertado.

A situação de 2024 mostra que o problema persiste, e o mercado aguarda novas definições. Enquanto isso, os beneficiários do INSS devem ficar atentos às mudanças e buscar informações atualizadas sobre as melhores opções de crédito.